terça-feira, 6 de abril de 2010

Há dias que não sei falar

hoje eu preciso aprender o desapego.
hoje eu começo a ver partir um pouco do tudo que amo.
porque não há de ser desapego se não amar, com tudo, aquilo que deixar ir.
porque não existe perda se não houve ganho

hoje eu começo a deixar dilacerar dores que evitei
e abro portas e janelas onde entram meus medos
hoje eu tenho dúvidas onde não nasceram certezas
e me vejo envolta num castelo de cartas que montei

hoje o vento me segura ou me destrói
ou talvez eu seja vento
e sopre com o tempo tudo
que é poeira e fim

hoje eu já não sei de mim
e sinto o que a ti pertence
e hoje, quando a digo que não sei
asseguro que estarei

passado, presente e futuro. Aqui.

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Há dias que as palavras soam emo
e as dores dos outros doem em mim
e as palavras já não são minhas.