quarta-feira, 1 de julho de 2009

E o que eu não sei mais

Leia nos meus lábios.
Decifra-me ou te devoro. E por fim eu sempre hei de devorar-te. Não por ser eu uma incógnita, mas por ser parte, de mim e de ti, o indecifrar. Não sei sempre querer o certo, mas sei viver o que de bom me bate à porta.

Leia nos meus olhos.
Muitas outras coisas se escondem entre o céu e a terra, minha vida e a tua. E não há vã filosofia que suponha, e nem astros que expliquem o caminho que se sucedeu. O que se aprende nesta vida é somente a viver.

Leia nas minhas mãos.
A cigana me contou o caminho a seguir. Mas o destino é também uma esfinge e, eu, não fujo! Me faço aos poucos no que me sinto muito e me fingindo ao avesso aprendo a encarar. As melhores surpresas vem sempre sem esperar.

Leia no meu corpo.
Me pinto em cores, me faço mulher. Te pinto desejo, te faço amor. Invento besteiras, palavras e maneiras de que toda essa história nos faça, por fim, apenas sorrir.
E como no fim de um conjunto de frases feitas
Leia na minha camisa
Baby, baby, eu sei que é assim.

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"Você
Precisa saber da piscina
Da margarina
Da Carolina
Da gasolina
Você
Precisa saber de mim
Baby, baby
Eu sei que é assim
Baby, baby
Eu sei que é assim
Você
Precisa tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com gente
Me ver de perto
Ouvir aquela canção do Roberto
Baby, baby
Há quanto tempo
Baby, baby
Há quanto tempo
Você
Precisa aprender inglês
Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais
E o que eu não sei mais
Não sei
Comigo vai tudo azul
Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
Da América do Sul
Da América do Sul
Você precisa
Você precisa
Não sei
Leia na minha camisa
Baby, babyI love you"
(Caetano Veloso - Baby)

domingo, 28 de junho de 2009

A long ride inside myself

Nunca fui do tipo de garota que espera por flores e uma caixa de bombom depois de um "eu te amo" apaixonado.
Nunca fui daquelas que acreditava que a primeira vez seria na lua-de-mel.
Nunca quis ser paquita.
Nunca tive uma barbie.
Nunca fui pedida em namoro, todos os meu namoros simplesmente aconteceram.
Nunca tive unha grande.
Nunca comprei um corretivo e nem uma calça jeans que tenha custado mais de 70 paus.
Nunca fiz dieta.
Cutuco o nariz, nunca faço as unhas (roo elas antes)
Solto pum, tenho nojo de arroto, quaase sempre vomito quando encho a cara.(Nunca esperei uma bebedeira impune)
Não acredito em religião, mas rezo todas as noites.
Gosto de futebol, odeio caminhada. (Acho inútil e sem sentido, você ficar andando, andando, andando sem um destino)

Sempre me orgulhei de ser prática.
Mas ao mesmo tempo...

Adoro cozinhar
Morro de preguiça de acordar cedo
Detesto sair de casa sem rímel
Adoro comprar roupa e boa comida
Gosto de homens que tomem decisões
Gosto que me pressionem
Sou workaholic
Adoro a cereja em cima do sorvete
Espero ligações no dia seguinte
Choro vendo filme, ou lendo livros
Durmo com um ursinho de pelúcia até hoje
Sou tarada
Não sei ficar sozinha
Ouço músicas bregas escondido
Meu livro favorito é "O Pequeno Príncipe"
Queria saber andar de salto alto, direito!
Acredito que casamento é pra vida inteira
E consequentemente acredito em amor
Me arrumo pra agradar um cara
Me entrego de cabeça em tudo

Sempre tive meu lado Amélia.
As vezes eu mesma não consigo me entender, do mesmo jeito que não consigo entender a vida ao meu redor. Tem dias, como hoje, que faço coisas, digo coisas, sinto coisas que não têm sentido. Mas na verdade eu não acho que a vida necessariamente tenha que ter sentido. Queria poder não magoar ninguém, mas quero muito menos me magoar.
Detesto o fato de que mais uma vez to querendo entrar de cabeça em algo que obviamente vai me ferir. E com a ferida aberta eu vou recomeçar um ciclo interminavél que contém alta dose de açucar, músicas melosas, noites mal dormidas, conversas com boas amigas, dores no coração, bebedeiras, choros compulsivos e gargalhadas histéricas, eu agindo como idiota e um final feliz.
Sim, é isso mesmo que você ouviu. Um final Feliz! E isso meu caro, não significa de modo algum que eu vou ficar com o cara no final, ou qeu vou ter um mega romance. Isso simplesmente significa que como ninguém até hoje morreu com "mal de coração partido", eu não serei a primeira.
E, ora bolas, tem coisa melhor no mundo do que o drama e a glória de altas doses de açucar, músicas melosas, noites mal dormidas, conversas com boas amigas, dores no coração, bebedeiras, choros compulsivos e gargalhadas histéricas, eu agindo como idiota e um final feliz?
Eu tenho que ser masoquista e dizer: EU AMO A DOR. Porque ela me mostra que eu estou viva, com meu lado Amélia e meu gênio prático, incompreensivel e cheia de incompreensão!
Uma hora aparece um cara que me faça ter certeza de que casamento é pra sempre e que flores e bombons são realmente ridículos.
Até lá, eu vou colhendo os dias e viajando cada vez mais longe dentro de mim.
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Postado no VOX em 2007...
Tempo passa ein?
Relembrado hoje, como "declaração de humanidade"...