domingo, 28 de junho de 2009

A long ride inside myself

Nunca fui do tipo de garota que espera por flores e uma caixa de bombom depois de um "eu te amo" apaixonado.
Nunca fui daquelas que acreditava que a primeira vez seria na lua-de-mel.
Nunca quis ser paquita.
Nunca tive uma barbie.
Nunca fui pedida em namoro, todos os meu namoros simplesmente aconteceram.
Nunca tive unha grande.
Nunca comprei um corretivo e nem uma calça jeans que tenha custado mais de 70 paus.
Nunca fiz dieta.
Cutuco o nariz, nunca faço as unhas (roo elas antes)
Solto pum, tenho nojo de arroto, quaase sempre vomito quando encho a cara.(Nunca esperei uma bebedeira impune)
Não acredito em religião, mas rezo todas as noites.
Gosto de futebol, odeio caminhada. (Acho inútil e sem sentido, você ficar andando, andando, andando sem um destino)

Sempre me orgulhei de ser prática.
Mas ao mesmo tempo...

Adoro cozinhar
Morro de preguiça de acordar cedo
Detesto sair de casa sem rímel
Adoro comprar roupa e boa comida
Gosto de homens que tomem decisões
Gosto que me pressionem
Sou workaholic
Adoro a cereja em cima do sorvete
Espero ligações no dia seguinte
Choro vendo filme, ou lendo livros
Durmo com um ursinho de pelúcia até hoje
Sou tarada
Não sei ficar sozinha
Ouço músicas bregas escondido
Meu livro favorito é "O Pequeno Príncipe"
Queria saber andar de salto alto, direito!
Acredito que casamento é pra vida inteira
E consequentemente acredito em amor
Me arrumo pra agradar um cara
Me entrego de cabeça em tudo

Sempre tive meu lado Amélia.
As vezes eu mesma não consigo me entender, do mesmo jeito que não consigo entender a vida ao meu redor. Tem dias, como hoje, que faço coisas, digo coisas, sinto coisas que não têm sentido. Mas na verdade eu não acho que a vida necessariamente tenha que ter sentido. Queria poder não magoar ninguém, mas quero muito menos me magoar.
Detesto o fato de que mais uma vez to querendo entrar de cabeça em algo que obviamente vai me ferir. E com a ferida aberta eu vou recomeçar um ciclo interminavél que contém alta dose de açucar, músicas melosas, noites mal dormidas, conversas com boas amigas, dores no coração, bebedeiras, choros compulsivos e gargalhadas histéricas, eu agindo como idiota e um final feliz.
Sim, é isso mesmo que você ouviu. Um final Feliz! E isso meu caro, não significa de modo algum que eu vou ficar com o cara no final, ou qeu vou ter um mega romance. Isso simplesmente significa que como ninguém até hoje morreu com "mal de coração partido", eu não serei a primeira.
E, ora bolas, tem coisa melhor no mundo do que o drama e a glória de altas doses de açucar, músicas melosas, noites mal dormidas, conversas com boas amigas, dores no coração, bebedeiras, choros compulsivos e gargalhadas histéricas, eu agindo como idiota e um final feliz?
Eu tenho que ser masoquista e dizer: EU AMO A DOR. Porque ela me mostra que eu estou viva, com meu lado Amélia e meu gênio prático, incompreensivel e cheia de incompreensão!
Uma hora aparece um cara que me faça ter certeza de que casamento é pra sempre e que flores e bombons são realmente ridículos.
Até lá, eu vou colhendo os dias e viajando cada vez mais longe dentro de mim.
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Postado no VOX em 2007...
Tempo passa ein?
Relembrado hoje, como "declaração de humanidade"...

Um comentário:

  1. Você diz que absente-se só; porém, pelo seu modo de expressar, não a caracteriza como uma pessoa ausente, mesmo quando estivesse sozinha, pelo menos no sentido exato da palavra. Gostei do seu estilo! ÀS vezes me sinto ausente e só me sinto só, quando não estou comigo mesmo. "Você que é tão avoada, pousou no meu coração, moça, escute esta toada, cantada em sua intenção...". E aí, o que você se qualificaria nesta? Abraço.

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