A viagem foi sonolenta. Logo na chegada o odor habitual de Vitória me entranha as narinas mas, hoje, não me incomoda. Vim querendo chegar, vim por mim.
Ainda estranho no porto os navios atracados, os containers e os guindastes. Minha memória litorânea é de barquinhos pequenos, em vilas de pescadores. Todos reunidos no lixar, pintar, reformar de seus barcos.
Barcos de madeiras, navios de aço, pessoas sempre incorporadas à maresia.
"Rimas de ventos e velas,
Vida que vem e que vai
A solidão que fica, e entra,
me arremessando contra o cais"¹
O objetivo é me decidir, me definir
Fazer o que na mente é veraneio, tomar ares de vida.
Aqui não é meu lugar, não fez parte do que sou.
Assim como Belo Horizonte também não.
O que acontece de diferente e mexe com tudo que se vive agora é um fato deveras preocupante: O meu lugar também não é mais meu.
"Minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá"²
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¹Porto Solidão - Jessé
²Canção do Exílio - Gonçalves Dias
domingo, 26 de abril de 2009
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Auto exílio nada mais é do que ter seu coração na solidão! - Renato Russo - Conexão Amazônica
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